Os taninos do vinho são um daqueles mistérios que todos já ouviram falar, mas poucos sabem realmente o que são e como afetam a nossa experiência ao degustar um bom copo de vinho. Mas afinal, o que são os taninos e como influenciam a nossa perceção do vinho?
Vamos descobrir com o Xico Sabido, que te vai guiar através deste fascinante mundo dos taninos.
O Que São os Taninos do Vinho?
Os taninos são polifenóis naturais encontrados em plantas, sementes, cascas, madeira e folhas. São macromoléculas compostas por fenóis, que são complexas ligações de moléculas de oxigénio e hidrogénio. A palavra “tanino” deriva do latim antigo “tannare”, que se refere ao uso de casca de árvore para curtimentar peles. No contexto do vinho, os taninos provêm das cascas, sementes e caules das uvas, bem como dos barris de carvalho onde muitos vinhos são envelhecidos.
Origem dos Taninos no Vinho
Os taninos estão presentes nas partes sólidas da uva – cascas, sementes e caules. Durante a fermentação, estes elementos entram em contacto com o mosto, libertando os taninos no vinho. Os barris de carvalho também contribuem com taninos adicionais durante o processo de envelhecimento.
O Sabor dos Taninos no Vinho
Os taninos acrescentam amargor e adstringência ao vinho, bem como complexidade. São mais comuns nos vinhos tintos, embora alguns vinhos brancos envelhecidos em barris de carvalho também contenham taninos. Para entenderes melhor, imagina colocar um saco de chá molhado na língua – 50% do peso seco das folhas de chá são taninos puros.
Outros Alimentos com Taninos:
- Folhas de chá
- Nozes, amêndoas e outras nozes (com casca)
- Chocolate preto
- Canela, cravinho e outras especiarias
- Romãs, uvas e bagas de açaí
Os Taninos do Vinho São Bons Para a Saúde?
Sim, os taninos do vinho são provavelmente benéficos para a saúde. Estudos mostram que os taninos do vinho têm propriedades antioxidantes, ajudando a resistir à oxidação no corpo. No entanto, a ligação entre taninos e enxaquecas ainda não está completamente clara.
Vinhos Tintos com Alto Teor de Taninos
Nem todos os vinhos tintos são iguais em termos de taninos. Em Portugal, há várias castas conhecidas pelo seu alto teor de taninos, contribuindo para vinhos robustos e com grande potencial de envelhecimento. Aqui estão alguns exemplos de castas portuguesas e os seus vinhos notáveis:
- Touriga Nacional: Considerada a casta mais nobre de Portugal, a Touriga Nacional é famosa pelos seus taninos intensos e estrutura robusta. Esteva, amoras e especiarias são características típicas, tornando-a ideal para envelhecimento. É frequentemente utilizada em vinhos do Douro e do Dão.
- Tinta Roriz (Aragonês): Conhecida como Tempranillo em Espanha, esta casta oferece taninos firmes e uma complexidade aromática que inclui notas de frutos vermelhos e baunilha. É uma casta chave nos blends de Porto e também se destaca em vinhos de regiões como o Alentejo.
- Alicante Bouschet: Esta casta tintureira é valorizada pelo seu alto teor de taninos e cor intensa. Originária de França, adaptou-se muito bem ao clima português, especialmente no Alentejo, onde produz vinhos encorpados e profundos.
- Baga: Predominantemente cultivada na Bairrada, a Baga é conhecida pelos seus taninos poderosos e acidez elevada. Estes vinhos podem ser bastante austeros quando jovens, mas desenvolvem uma complexidade incrível com o envelhecimento.
- Castelão: Uma das castas mais plantadas em Portugal, especialmente na Península de Setúbal, o Castelão oferece taninos firmes e notas de ameixa, groselha e especiarias. É um componente vital em muitos vinhos tintos tradicionais portugueses.
- Trincadeira: Esta casta é conhecida pelos seus taninos finos e aromas complexos de frutos pretos, ervas e especiarias. É cultivada principalmente no Alentejo, onde contribui para vinhos elegantes e estruturados.
- Touriga Franca: Com taninos mais suaves que a Touriga Nacional, a Touriga Franca é usada frequentemente em blends, adicionando fragrância e elegância. É fundamental na produção de Porto e também em muitos vinhos tintos do Douro.
Os taninos nos vinhos portugueses desempenham um papel crucial na estrutura e potencial de envelhecimento. Cada casta oferece uma experiência distinta, refletindo a diversidade do terroir português. Ao escolher um vinho tinto com alto teor de taninos, estás a optar por uma bebida rica em carácter e complexidade, perfeita para acompanhar refeições robustas ou simplesmente para apreciar a sua evolução ao longo dos anos.
Harmonização de Vinhos com Alto Teor de Taninos
A adstringência dos taninos é ideal para acompanhar alimentos ricos em gordura. Por exemplo, os taninos cortam a proteína intensa de um bife maturado, permitindo que os sabores mais subtis do vinho e da comida se destaquem. As moléculas de tanino ligam-se às proteínas e a outros compostos orgânicos dos alimentos, limpando o paladar.
Como os Taninos Ajudam a Equilibrar o Vinho?
Para encontrar os melhores vinhos, a chave está no equilíbrio, onde as qualidades do vinho se complementam harmoniosamente. Os taninos, juntamente com a acidez, o álcool e a fruta, são essenciais para a estrutura de um vinho e ajudam a envelhecer bem.
Conhecer (e Amar) os Taninos
Viver entre as vinhas de Nebbiolo em Piemonte, Itália, mergulhou-me no mundo dos taninos. A Nebbiolo é uma uva naturalmente rica em taninos, proporcionando uma experiência de degustação inicial bastante intensa. No entanto, à medida que o vinho envelhece, os taninos formam cadeias longas, tornando-se mais suaves e menos ásperos.
Para os colecionadores, um vinho bem envelhecido com taninos pronunciados é um tesouro valioso.
O Vinho Tinto do Xico Sabido
O vinho tinto do Xico Sabido é um verdadeiro representante da tradição e riqueza vinícola alentejana. Produzido com dedicação e paixão, este vinho incorpora taninos marcantes e bem equilibrados, resultando numa bebida robusta e cheia de personalidade. Perfeito para acompanhar um bom prato de carne ou simplesmente para ser apreciado por si só, o vinho tinto do Xico Sabido é uma celebração do melhor que o Alentejo tem para oferecer.
Ao brindar com o Xico Sabido, brindas também à essência e autenticidade do vinho português. Saúde!
